VOAR: Quem vai morrer este ano?

09 de janeiro de 2023 - Por Gilberto Cardoso

Obs: Equivocada, a foto anexada à pauta na newsletter deu lugar à imagem que abre esse texto.

Talvez eu tenha te assustado com esse título, mas é certo que precisamos falar a respeito, pois não enfrentar tais realidades não às afastam e você piloto de parapente ou motor que se inebria em cada decolagem devia tirar um pequeno tempo para ler este artigo “VOAR: Quem Vai Morrer Este Ano?”. Afinal, a cada decolagem flertamos com a morte! CALMA, se pensar bem, flertamos com a morte a cada suspiro, afinal estamos vivos e diferente dos que se matam e “se morrem” na trivialidade do dia a dia, cuja à estupidez a maioria já acostumada considera normal, nós voadores temos a honra e o prazer inenarrável de Voar, o que nos coloca em risco e sumariamente em posição de muita responsabilidade para conosco e para todos que amamos.

PRIMEIRO: precisamos perceber CLARAMENTE que em se tratando do Voo Livre ou Motor um acidente, na grande maioria dos casos, tem início muito antes ao fato propriamente dito. E em geral, o acidente, fatal ou não, não inicia durante o voo, mas bem antes, na preparação ou na falta dela, na decisão ruim, na noite mal dormida, no descuido com o equipamento, na falta de conhecimento, na arrogância e na falta de objetivo da qual é parceira íntima e, portanto, na desproporcionalização do risco! Mas o que isso quer dizer? Significa que exceto os casos de raros acidentes fortuitos, todos os demais são de responsabilidade do piloto, que ao invés de vítima de uma fatalidade, é seu próprio algoz!

Cada Piloto com seu equipamento, iniciante ou experiente, é herdeiro de si mesmo. Isso quer dizer que cada conjunto Piloto/Equipamento é o único responsável por tudo e por todas as consequências de seus atos antes e durante o voo! Infelizmente, ainda existem casos onde a ação irresponsável de um traz consequências a outros, afinal, o que é feito e tudo o que se deixa de fazer em seu exercício de voar com responsabilidade pode prejudicar ao outro.

O Piloto que não revisa seu equipamento periodicamente, que não tem o devido cuidado com os critérios de segurança exigidos para voar, não prima pela segurança de seu voo no exercício da decolagem e pouso com responsabilidade e consciência, que não respeita os limites naturais, climáticos em relação a si ou ao seu equipamento, não respeita ou negligencia seus próprios limites e conhecimento sobre o Voo ou sobre o equipamento que está usando, este pode ser considerado Suicida Indireto ou Suicida Inconsciente.

Ao contrário da vida, que quanto mais se vive mais se sabe, no Voo quanto mais se sabe, mais se vive, e quando o saber não atropela a capacidade de análises que em muitas vezes só a experiência do exercício do saber adquirido poderá fornecer.

Sendo assim, o Piloto de Voo Livre ou Motor, não inicia a sua prática contumaz na rampa ou pista de decolagem. Para voar, se faz necessário todo um planejamento anterior, checagem e preparação de equipamentos, estudo do macro e microclima, percepção de suas limitações e do seu equipamento diante das circunstâncias apresentadas, comparativo teórico e prático para dimensão do estilo de voo escolhido e o seu estado emocional para a prática do voo.

Portanto, quando todos estes pontos estão alinhados, o piloto estará sujeito apenas aos riscos naturais do esporte radical de voar e das variáveis climáticas “imprevisíveis” ( conforme o conhecimento e experiência de cada piloto ) que não foram possíveis serem previstas. Bons Voos a Todos!!!

PILOTO
Gilberto Ribeiro Cardoso
Psicólogo CRP 23 944

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