Gabriel Jansen no X-Alps: Superação, Treinamento Intenso e o Orgulho de Voar pelo Brasil!
Entrevistamos o Gabriel sobre sua preparação para o X-Alps
Um dos elementos mais fantásticos do nosso esporte é a capacidade de aprendizado permanente ao longo de nossas carreiras como pilotos. Desde nossos primeiros dias de tirar os pés do chão até o êxito de liderar competições ou voar grandes quilometragens são marcados pela constância do aprendizado.
Basta olhar para um grupo de pilotos experientes no goal em uma etapa de um campeonato regional ou nacional para perceber a intensidade e alegria das informações trocadas. Estamos sempre aprendendo e cada indivíduo trilha seu próprio caminho de progressão para se tornar um piloto melhor.
Mas existem algumas qualidades essenciais que são comuns a todos bons pilotos, independente de suas quilometragens ou categorias. Seja de Asa Delta ou Parapente, os pilotos que evoluem com confiança compartilham das mesmas qualidades.
Neste primeiro artigo gostaria de explorar mais a fundo essas qualidades. A lista de abaixo foi tirada de um livro que encontrei na estante de um aeroclube do interior do Rio Grande do Sul no início da minha carreira, há mais de 3 décadas. E nesse ‘longo’ período que os anos de voo me proporcionou observando o processo de pessoas se tornando pilotos e pilotos se tornando grandes pilotos, pude perceber que elas nunca deixaram de ser atuais.
Minha sugestão é que você leia com atenção e analise seu grau de intimidade com cada qualidade. Por mais simples que possam parecer, elas são o bloco de construção de todos os pilotos que dominam a arte do voo livre.
Coordenação: é a capacidade de mover as mãos e os pés simultânea e subsequentemente, numa correlação perfeita e como resultado da vontade instintiva do piloto em manobrar a asa.
Sincronização: é a capacidade de coordenação dos comandos no momento propício, tornando o voo e todas as manobras a ele ligadas num só processo constante e suave.
Senso de velocidade: é a capacidade de, instantaneamente, sentir e reagir a qualquer variação razoável da velocidade em relação ao ar. Essa condição deve ser altamente sensível durante o voo lento ou na aproximação de uma perda.
Capacidade de subjugar os instintos normais e formar instintos novos, por experiência: Alguns alunos e até mesmo pilotos formados possuem reações físicas instintivas mais rápidas do que suas reações mentais. Estas reações os levam a cometer erros e a se colocarem em situações difíceis, antes que seu raciocínio possa vencer os resultados de suas ações. Esses instintos devem ser treinados, a fim de proporcionar reações corretas.
Tempo de reação: todas as impressões recebidas durante o voo provêm dos sentidos. O intervalo entre o recebimento destas impressões, sua interpretação e a consequente ação é chamado de tempo de reação. É importante que o piloto tenha, pelo menos, um tempo normal de reação. Um intervalo demasiadamente longo representa um grande perigo, especialmente quando estamos próximos ao solo, relevo ou obstáculos.
Bom senso e discernimento: são termos relativos. No voo significam a capacidade de sentir rapidamente uma situação e de imediato deduzir o procedimento correto a ser seguido, nas condições prevalecentes; analisar corretamente os resultados de um procedimento proposto; agir com cuidado e devida cautela quanto a segurança; a habilidade de reconhecer suas limitações pessoais, do equipamento e das condições meteorológicas, evitando a aproximação de seu limite e/ou pontos críticos. A experiência e o bom senso devem andar sempre juntos.
Calma: é a capacidade de manter um controle físico e mental, sem perturbação, quando sob pressão ou em emergência.
Decisão e vontade própria: a serem usados somente como uma extensão do bom senso e iniciativa.
Iniciativa e confiança em si mesmo: é a habilidade de determinar ou elaborar um procedimento apropriado e executá-lo, na ausência de instruções ou conselhos procedentes, claramente definidos.
Capacidade analítica sintética: é a capacidade de separar um total em seus componentes, acertando a reação entre estes, separando os bons dos imprestáveis e ampliar o resultado de tal análise ao total ou na formação de um total novo e mais desejável.
Sensibilidade dos comandos: a capacidade de sentir a ação da asa e suas reações e prováveis em um futuro imediato, com respeito às variações das pressões e resistências dos comandos transmitidos pelo corpo.
Numa escala de 1 a 10, que nota você se dá para cada qualidade essencial? Um abraço e até a próxima!