O início de abril foi histórico para o voo livre nacional. Afinal, simultaneamente sediou as duas maiores competições do esporte no país: o Campeonato Brasileiro de Asa Delta e o Brasileiro de Parapente. E teve mais!

Para deixar o contexto ainda mais inesquecível, as provas aconteceram em verdadeiros templos do desporto. O Brasileiro de Asa rolou no Pico do Gavião, em Andradas (MG), enquanto o nacional de Parapente decolou do Pico da Ibituruna, na Capital Mundial do Voo Livre, Governador Valadares (MG).

CBP marcado por novos nomes

Com uma condição climática atípica para a região, o Brasileiro de Parapente foi particularmente desafiador. A previsão falhava, o sol surgia e o tempo virava, ficando mais ou menos fraco sem aviso prévio. Isso exigiu novas estratégias dos pilotos e acabou fortalecendo talentos da modalidade.

O nome da vez foi Martinho Morais. Campeão na Pro, o mineiro foi o único piloto  a somar mais de 4 mil pontos ao longo das 6 provas válidas. Assim, deixou para atletas como Luciano Horn (P2) e Samuel Nascimento (P3), campeões nacionais em 2007 e 2010, além de Erico Oliveira (P4), Alexandre Dio Germani (P5) e o atual campeão Gilmar Couto (P6).

Outra revelação veio do Feminino. Isabela Sales não só foi a melhor mulher em prova, como faturou a categoria com mais de 900 pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marcella Uchoa. Em alguns dias chegou a figurar entre os 5 melhores da Pro, inclusive.

Já na Aspirante o destaque foi Mario Monteiro, que largou muito bem nas provas iniciais e fechou o desafio com 3.581 pontos. O atual campeão da classe, Lucio Dal Pozzo, lhe acompanhou de perto e acabou ficando a apenas 47 pontos de distância.

Brasileiro de Asa: Nenê Rotor competitivo como sempre

É senso comum afirmar que Álvaro Sandoli é um dos maiores nomes da asa delta nacional. E as provas realizadas no Pico do Gavião mostraram que essa história segue escrevendo novos capítulos.

Apostando na regularidade e experiência, Nenê Rotor faturou a etapa ao somar 3.786 pontos e figurar no top5 em todas as tasks. Mais uma conquista para quem é hexacampeão Brasileiro (1989, 1991, 1998, 2005, 2008, 2016) e vice-campeão Mundial por equipes.

Já na Sport o melhor piloto foi Gabriel Pereira da Silva, que faturou duas provas. Na Fun a conquista foi de Enes Carlos Moreira Oliveira, enquanto Érico Schmitt somou mais pontos na Asa Rígida.

Quando acontecem as segundas etapas

Já está pensando nas finais? Em 2023 as duas competições estão em seus formatos tradicionais, disputadas em duas etapas. As primeiras foram em abril e as decisivas serão em setembro.

O Brasileiro de Parapente movimenta Araxá de 9 a 16 de setembro. Será a primeira vez que a cidade mineira famosa por seus minérios recebe o Campeonato desde 2016.

A Asa delta acontece logo na sequência. A final vai ser disputada da 24 a 30 de setembro em Carmo do Rio Claro (MG), município que já foi palco do nacional em 2022.