Mundial de Parapente foi de desafios e superação na França

Seleção encarou adversidades, mas faturou um top10 por Nações

07 de junho de 2023 - Por Guilherme Augusto

O 18º Campeonato Mundial de Parapente FAI era aguardado desde 2021, quando cedeu espaço para a Argentina, e aconteceu no berço do esporte, a França. Ele rolou de 20 de maio a 3 de junho e pode ser resumido em uma palavra: desafiador.

Foi árduo por muitos motivos. Afinal, aconteceu na casa dos favoritos, numa região em que muitos pilotos jamais haviam decolado e ainda contou com condição meteorológica fraca, exigindo mais estratégia e sorte dos competidores. Mas o Brasil honrou a camisa.

Brasil no Mundial da França

A Seleção Brasileira estava composta por Erico Oliveira, Luciano Horn, Marcella Uchoa, Rafael Barros e Rafael Saladini. Além de todas as adversidades já citadas, o time encontrou outro desafio logo no primeiro dia.

Um acidente envolvendo Marcella a tirou da competição. Além de preocupar a equipe e toda a torcida, o incidente também exigiu que Rafa Barros se afastasse da disputa nos dois dias iniciais. No terceiro, o piloto não conseguiu decolar por problemas nas linhas de sua vela.

Diante dos contratempos, a Seleção focou seus esforços no trabalho em equipe. Realizou reuniões diárias para briefing e discussões de estratégias, além de checar materiais antes de ir à rampa e avaliar os resultados do dia anterior. Deu certo!

Resultados

Com inteligência, união e cautela, o time soube amenizar as adversidades e encarar os desafios. Ao final, conquistou o P8 por Nações.

Na disputa individual, o estreante Luciano Horn foi P24, Rafael Saladini P31, Erico P43 e Rafa Barros, que não voou as provas iniciais, P135.

Já a França confirmou seu favoritismo e dominou o Mundial. Além do título por Nações, faturou os três primeiros lugares da Open (com Maxime Pinot, Honorin Hamard e Pierre Remy) e os dois da Feminino (com Meryl Delferriere e Constance Metteta, seguida pela suíça Nanda Walliser).

Veja os resultados completos aqui.

Avaliação da Seleção

Em seu segundo Mundial pela Seleção Brasileira, Rafa Barros esperava um resultado diferente, mas acredita que a equipe soube encontrar o seu melhor.

“O saldo da nossa participação é positivo, certamente. Perdemos pontos em função do acidente e do dia em que não voei, mas Horn, Erico e Saladini foram muito bem. Agora o trabalho é avaliar o resultado e projetar o próximo Mundial, que será no Brasil”.

Luciano Horn também avalia positivamente o desempenho da Seleção. Vale lembrar que o piloto, campeão Brasileiro de 2007, estava em seu primeiro Mundial e o concluiu como melhor atleta não europeu.

“Fazer parte da Seleção foi realmente incrível, ainda mais voando na França. Aliás, foi um grande desafio, especialmente porque a condição fraca nos obrigou a voar baixo e o pessoal jogou muito duro, no limite. Começamos com problemas, mas juntos conseguimos contornar as situações difíceis e evoluímos muito. Agora estamos discutindo formas de impulsionar o desempenho da equipe no próximo Mundial”.

O próximo é no Brasil!

O Mundial de Parapente acontece a cada dois anos e já está com sua próxima edição confirmadíssima para o Brasil! Ele acontece aqui em setembro de 2025, no Pico do Gavião. Um ano antes Andradas (MG) ainda recebe o Pan Americano da modalidade.

Com a prova em solo verde e amarelo, o Brasil entra na seleta lista de países que já sediaram a competição em mais de uma ocasião. Apenas três países já estão nela: Áustria (1989 e 1999), França (1991 e 2023) e Espanha (1997, 2001 e 2011). Anteriormente, nós organizamos as provas em 2005, em Governador Valadares (MG).

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