Gabriel Jansen no X-Alps: Superação, Treinamento Intenso e o Orgulho de Voar pelo Brasil!
Entrevistamos o Gabriel sobre sua preparação para o X-Alps
Seleção encarou adversidades, mas faturou um top10 por Nações
O 18º Campeonato Mundial de Parapente FAI era aguardado desde 2021, quando cedeu espaço para a Argentina, e aconteceu no berço do esporte, a França. Ele rolou de 20 de maio a 3 de junho e pode ser resumido em uma palavra: desafiador.
Foi árduo por muitos motivos. Afinal, aconteceu na casa dos favoritos, numa região em que muitos pilotos jamais haviam decolado e ainda contou com condição meteorológica fraca, exigindo mais estratégia e sorte dos competidores. Mas o Brasil honrou a camisa.
A Seleção Brasileira estava composta por Erico Oliveira, Luciano Horn, Marcella Uchoa, Rafael Barros e Rafael Saladini. Além de todas as adversidades já citadas, o time encontrou outro desafio logo no primeiro dia.
Um acidente envolvendo Marcella a tirou da competição. Além de preocupar a equipe e toda a torcida, o incidente também exigiu que Rafa Barros se afastasse da disputa nos dois dias iniciais. No terceiro, o piloto não conseguiu decolar por problemas nas linhas de sua vela.
Diante dos contratempos, a Seleção focou seus esforços no trabalho em equipe. Realizou reuniões diárias para briefing e discussões de estratégias, além de checar materiais antes de ir à rampa e avaliar os resultados do dia anterior. Deu certo!
Com inteligência, união e cautela, o time soube amenizar as adversidades e encarar os desafios. Ao final, conquistou o P8 por Nações.
Na disputa individual, o estreante Luciano Horn foi P24, Rafael Saladini P31, Erico P43 e Rafa Barros, que não voou as provas iniciais, P135.
Já a França confirmou seu favoritismo e dominou o Mundial. Além do título por Nações, faturou os três primeiros lugares da Open (com Maxime Pinot, Honorin Hamard e Pierre Remy) e os dois da Feminino (com Meryl Delferriere e Constance Metteta, seguida pela suíça Nanda Walliser).
Veja os resultados completos aqui.
Em seu segundo Mundial pela Seleção Brasileira, Rafa Barros esperava um resultado diferente, mas acredita que a equipe soube encontrar o seu melhor.
“O saldo da nossa participação é positivo, certamente. Perdemos pontos em função do acidente e do dia em que não voei, mas Horn, Erico e Saladini foram muito bem. Agora o trabalho é avaliar o resultado e projetar o próximo Mundial, que será no Brasil”.
Luciano Horn também avalia positivamente o desempenho da Seleção. Vale lembrar que o piloto, campeão Brasileiro de 2007, estava em seu primeiro Mundial e o concluiu como melhor atleta não europeu.
“Fazer parte da Seleção foi realmente incrível, ainda mais voando na França. Aliás, foi um grande desafio, especialmente porque a condição fraca nos obrigou a voar baixo e o pessoal jogou muito duro, no limite. Começamos com problemas, mas juntos conseguimos contornar as situações difíceis e evoluímos muito. Agora estamos discutindo formas de impulsionar o desempenho da equipe no próximo Mundial”.
O Mundial de Parapente acontece a cada dois anos e já está com sua próxima edição confirmadíssima para o Brasil! Ele acontece aqui em setembro de 2025, no Pico do Gavião. Um ano antes Andradas (MG) ainda recebe o Pan Americano da modalidade.
Com a prova em solo verde e amarelo, o Brasil entra na seleta lista de países que já sediaram a competição em mais de uma ocasião. Apenas três países já estão nela: Áustria (1989 e 1999), França (1991 e 2023) e Espanha (1997, 2001 e 2011). Anteriormente, nós organizamos as provas em 2005, em Governador Valadares (MG).