Gabriel Jansen no X-Alps: Superação, Treinamento Intenso e o Orgulho de Voar pelo Brasil!
Entrevistamos o Gabriel sobre sua preparação para o X-Alps
Conheça algumas das maiores incentivadoras do voo livre
Ao amar incondicionalmente seu filho, não demora para que a mãe se apaixone também por tudo aquilo que faz do seu ‘pequeno’ uma pessoa inteiramente feliz. É assim que sua alegria e orgulho superam qualquer tipo de medo ao vê-lo decolar do alto de uma montanha e subir centenas de metros, voando por quilômetros e mais quilômetros. É coisa de mãe.
Se no ano passado (link) apresentamos algumas mães voadoras, agora aproveitamos o Dia das Mães para uma abordagem diferente. Que tal apresentar mães de pilotos que são destaque no país, mostrando um dia-a-dia de amor e incentivo ao esporte? Em homenagem às maiores torcedoras que o voo livre já viu, com vocês Eliana Barros, Jacira Rosa Buzzarello, Suely Steinheiser e Teresinha Pomarico Uchoa!
O Rafa Barros você já conhece. Campeão da segunda etapa do Brasileiro de Parapente 2021, recordista Mundial de Distância Livre e OLC em 2019 e membro da Seleção Brasileira em várias ocasiões. Mas e a dona Eliana?
Dona Eliana com os filhos Matheus, Rafa e Carolina, além do genro Valter
Hoje com 68 anos, ela acompanhou Rafael desde seu início no esporte. E viu tudo de muito perto, da rampa, de baixo, do goal. Por vários anos era ela a responsável pelo resgate do piloto.
“Eu não sou a mãe, sou o resgate do Rafa! (risos). Eu fazia o resgate dele por toda a região e adorava. Tinha um tempo especial com ele, fazia aventuras, incentivava o esporte que tanto gosta. Logo ele começou a voar na região de Andradas e eu fui junto. Acompanhei seu início e toda a evolução no voo, o que me dá uma satisfação enorme.
'Não sou mãe, sou resgate do Rafa!'. Eliana acha o máximo acompanhar a evolução do filho e viver aventuras com o 'garoto'
Mas e hoje, como é? “Acompanho tudo, todos os campeonatos, todas as decolagens. Aqui em casa todo o mundo assiste e mando o link pra família inteira. Faz 19 anos que acompanhamos o Rafa e sentimos um orgulho enorme vendo o seu crescimento, conquistas, empenho e o modo como é querido por todos, sempre preocupado em ajudar quem está próximo”.
Já voou? “Sim! Com o Rafa, duas vezes. Sinto medo ao tirar os pés do chão mas depois curto cada segundo. Se fosse mais jovem, aprenderia a pilotar”.
Um conselho de mãe: “Eu sempre falo ‘filho, não abusa… não se arrisca demais… foca na experiência em não em ganhar’, mas é claro que não adianta, né? (risos). Sei que num evento ele quer é competir”.
Ser mãe de piloto é… Ah, é maravilhoso, é prazeroso!
O Caio você conhece, não? Aquele garoto de 20 anos, de Santa Catarina, que faturou a etapa Igrejinha no Brasileiro de Parapente 2018, venceu prova do PWC BG 2022, que voa solo desde os 12 anos de idade. Agora saiba quem é sua maior fã, Jacira.
Fã é pouco. A Jacira é torcedora, incentivadora, embaixadora, defensora, mãe. Ela e o ‘Buzza pai’ até tentaram apresentar outros esportes ao garoto, para que ele tivesse total liberdade de escolher o que curtisse mais. Tênis, natação, futebol, surf. Mas ele queria voar, não tinha jeito.
Apoio total! Jacira bem que mostrou outros esportes, mas Caio quis mesmo é o voo livre. Desde então família dá apoio total ao caterinense
“Nossa, a família acompanhou tudo, cada momento, cada fase, não deixamos o Caio sozinho em momento nenhum. Ele começou a voar incentivado pelo pai, mas logo criou o seu próprio amor pelo esporte e desde os 5 anos não fala em outra coisa que não seja voar”.
Mas do loirinho de 5 anos que só inflava a vela ao campeão de hoje, muita coisa aconteceu… não? “Demais! Logo ele começou a se destacar e eu já fiquei orgulhosa. Pensava ‘será que um dia ele vai voar no exterior?’ e ele se superou! É um orgulho tremendo pra gente, tanto pelo piloto quanto pelo homem, sempre respeitando o próximo e sua liberdade, que se tornou”.
Jacira é puro orgulho: 'nunca quis ser a melhor mãe, mas sempre lutei para que ele fosse o melhor ser humano'
Já voou? “Não, mas está nos planos! Até o final do ano eu contorno o medo de altura e decolo. Minha mãe, na época com 75 anos, já fez um duplo”.
Um conselho de mãe: “Sempre digo ‘vai com Deus e força no objetivo’ e então me concentro, rezo. Faço isso antes de toda competição. Que ele siga seu caminho, voe o mais alto que puder e saiba que sempre estarei aqui para recebê-lo de braços abertos”.
Ser mãe de piloto é… “Sentir um grande orgulho de tudo o que ele está fazendo, ter no coração uma alegria enorme”.
Lembra da ‘passarinha’ Thaise? Ela foi sensação no Brasileiro de Asa Delta 2021, faturando o título nacional na Sport, um top 5 na Fun e vencendo o Troféu Revelação. Detalhe: era a única mulher inscrita. Que tal conhecer a mãe, de 49 anos?
Espera… Uma filha ‘voadora’, se segurando em uma asa delta sem motor há muitas centenas de metros do chão? Este não é o contexto mais comum que uma mãe imagina sua filha quando a vê ainda pequena, dando os primeiros passos.
Thaise com a mãe e fã número 1, onipresente em todas as transmissões onde a piloto decola, Suely
“Era a princesinha da casa, então levamos até ao balé, mas sempre preferiu o surf, judô, o muay thai. Ela sempre foi uma surpresa e hoje deixa a mãe de pernas bambas! (risos). No começo teve resistência da família, era perigoso, envolvia muitos gastos, não era ‘coisa de mulher’, mas ela queria voar alto e sabia que sempre teria o colinho da mãe.”
Mas logo a piloto mostrou um talento enorme e passou a se sobressair. “Nossa, a passarinha voa muito! É destaque no país e fora, mesmo tava voando na Flórida. Eu acompanho absolutamente tudo, sou a fã número 1, fico aqui torcendo e aplaudindo de pé. Não tenho palavras para descrever o orgulho e alegria de ver ela tendo sucesso naquilo que mais gosta de fazer. Ela tem paixão, não pára, vai atrás e o universo conspira a favor”.
Suely tem 2 filhos, mas só um voa. 'O outro é normal', ela brinca - se amarra no perfil aventureiro da princesa da casa
Já voou? “Difícil, hein? Falta coragem. Costumo brincar e dizer que ela tirou toda a minha quando saiu de mim (risos).”
Um conselho de mãe: “Ah, a gente tem a nossa linguagem. Mas sempre faço com que ela tenha consciência das suas responsabilidades. ‘Deixo você ir, mas precisa voltar’”.
Ser mãe de piloto é… “ter o coração nas alturas, mesmo sem tirar os pés do chão! É conviver com aquele nervoso que a gente sempre tem e só passa quando recebe a mensagem ‘pousada em segurança’”.
Lembra da Marcella? Tricampeã Brasileira de Parapente, três vezes recordista Mundial, vencedora do PWC Sérvia 2021 (cat. Woman) e com tantos troféus que nem cabem em casa. Eis aqui sua maior incentivadora, a mãe, de 71 anos.
Teresinha lembra cada detalhe de como tudo começou. Em 2012 a caçula fez um salto de paraquedas, gostou de voar, comprou um parapente, fez cursos e passou a treinar. E quase matou a mãe de susto…
Como se não bastasse ser mãe, Teresinha é uma enciclopédia. Sabe de cor todas as vitórias, recordes e títulos da filha
“A primeira coisa que pensei foi ‘mas é um esporte muito perigoso!’, então logo que a vi no primeiro voo comecei a ficar mais tranquila. A Marcella é uma pessoa muito consciente e responsável. E rapidamente isso se mostrou muito mais que um trabalho pra ela, mas um estilo de vida mesmo. Fez amigos, conheceu pessoas, viajou o mundo, teve experiências”.
Hoje a mãe segue acompanhando cada decolagem do seu bebê. “Aprendi a confiar nela, né? Hoje sei lidar com o medo. A vez em que mais me assustei foi na Espanha, quando ela saltou de um castelo! Também tivemos um susto na Argentina, quando ela quebrou o pé ao pousar, mas ela soube me tranquilizar”.
E como é ver a filhota entre a elite do esporte? “É muita emoção. Quando ela voou 416 km e quebrou o recorde mundial, a gente explodiu de alegria aqui. Depois veio o título na Sérvia. Hoje seus troféus não cabem mais em casa e ela deixa alguns aqui em casa, porque eu e o Mario (marido) apoiamos demais ela. Torcemos muito e acreditamos que ela tem que seguir o que ama até conquistar tudo o que deseja”.
Mãe e filha na rampa, momento pré-decolagem. "Aprendi a confiar nela, é responsável e consciente"
Já voou? “Ainda não, porque ela tá sempre fazendo mil coisas. No dia em que finalmente nos organizamos, acabou não dando certo, mas num dia desses vai dar. Os irmãos sim já deu certo e conseguiram voar com ela.”
Um conselho de mãe: “Eu sempre digo que neste esporte nosso maior aliado é a cabeça, o discernimento do certo e do errado; precisa estar bem consigo mesma e treinar bastante; equilibrar a emoção com a razão.”
Ser mãe de piloto é… “Uma emoção que se renova a cada dia! Ela sai para voar e construir o que mais quer, então eu tô junto com ela, participo, acompanho todas as provas. Eu e o pai sempre estaremos aqui, ajudando com tudo o que podemos.”