De posse dos estímulos, exploração do seu equipamento através de técnicas básicas (SIV) e orientação adequada de um instrutor experiente, vai iniciar o piloto na seleta e exigente classe de pilotos de alto rendimento. Porém, infelizmente, nem tudo são sonhos e aqui inicia um perigoso período para Pilotos e, muitas vezes, uma triste decepção para os instrutores.

É no momento que o piloto se apropria do mínimo de conhecimento e habilidade no voo livre, que o risco de se perderem em si mesmo acontece. O empoderamento que lhe visitam e os elogios constantes pelos feitos “bem feitos”, muitas vezes chancelam o piloto a achar que sabe muito mais do que realmente sabe e a poder muito mais do que realmente pode. Desta forma, é muito comum ver pilotos recém formados, sem o conhecimento nem vivência suficiente no voo e já “liberados pelo instrutor”, dar inicio a uma sequência de escolhas perigosas, despreparadas e mal feitas com base no que acha que sabe, acha que voa, acha que pode.

Geralmente, o instrutor percebe isso e acha que vai dar ruim, mas agora o até então aluno é piloto e um “igual” podendo tomar suas próprias decisões. Porém aqui fica um questionamento que cada instrutor deve se fazer antes de liberar qualquer aluno: Além de preparado para voar, eu preparei também meu aluno para tomada de decisões na construção de seu voar? É no período de achar que sabe e da construção do saber real que o piloto tem mais contato com acidentes e incidentes em decolagens, voos e pousos, desconfigurando assim qualquer possibilidade do alto rendimento e se aproximando de crenças e pensamento disfuncionais e se tornando um “talento mal e mau aproveitado”.

Porém quando isso é evitado ou contornado, o piloto evolui e segue rumo ao “Nirvana”. Mas só é assunto para o próximo encontro da nossa série ‘Da Gênese ao Nirvana - Pilotos de alto rendimento’. Até lá!

PILOTO
Gilberto Ribeiro Cardoso
Psicólogo CRP 12/19558
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