Gabriel Jansen no X-Alps: Superação, Treinamento Intenso e o Orgulho de Voar pelo Brasil!
Entrevistamos o Gabriel sobre sua preparação para o X-Alps
Com etapas em Valadares e Araxá, o Brasileiro de Parapente foi emocionante até o último pouso. Confira entrevista com os novos campeões nacionais
Com etapa decisiva em Araxá (MG), o Campeonato Brasileiro de Parapente 2023 foi concluído no último mês. A competição foi marcada pela adrenalina até o último pouso e sagrou Érico Oliveira como o novo campeão nacional.
O carioca também levou o título da etapa, após figurar entre os 4 melhores em todas as provas disputadas. Na categoria Aspirante o gaúcho Lúcio Dal Pozzo faturou o bicampeonato, enquanto na Feminino acompanhamos a primeira conquista de Isabela Sales.
Ao todo foram 10 provas válidas, sendo 6 na etapa de Governador Valadares (MG) e 4 na decisão, em Araxá. Ao final, Érico somou 7.099 pontos e conquistou o CBP pela primeira vez. Vale lembrar que alguns meses antes ele representou o Brasil no Campeonato Mundial de Parapente FAI, na França.
Por sua vez, Lúcio repetiu o feito do ano passado. E com um bônus: foi Top5 no ranking geral a bordo de uma vela D. Já a carioca Isabela dominou a primeira etapa, resultado que acelerou sua primeira conquista nacional. Veja abaixo a entrevista com os campeões.
Érico: Estou muito feliz, com o sentimento principal de missão cumprida. Pois são mais de 20 anos de dedicação ao parapente. Já havia sido campeão Serial 2 vezes, estadual algumas vezes, já tinha vencido etapa de Brasileiro anteriormente, vice em uma etapa de PWC. Também fui campeão por equipes em algumas etapas de brasileiro. Ou seja, só estava faltando esse, que para os pilotos brasileiros é o principal título. Mas ainda faltam muitos desafios.
Lúcio: Estou muito feliz. Inicialmente eu sonhava em ser campeão, o que algumas vezes parecia distante e até impossível. Então ser campeão foi incrível e ser bi é ainda mais fantástico.
Isabela: A sensação é de dever cumprido e uma realização enorme, principalmente por ter ficado muito bem colocada no geral da primeira etapa.
Érico: Primeiramente, devo as conquistas de 2023 às vontades de Deus, pois sem ele nem o melhor piloto do planeta vai conquistar nada.
Depois, devo à minha família e amigos, que sentiram na pele minha ausência em todos esses anos de dedicação ao esporte, mas nunca deixaram de me apoiar. Em especial aos meus pais que sempre me ajudaram e, como todos sabem, dediquei esse ano para minha mãe que faleceu no último dia do Brasileiro do ano passado - o que fez com que eu abandonasse o campeonato no último dia da competição. Esse fato também me fez repensar algumas coisas em minha vida e dar mais foco aos meus objetivos.
Por último, mas não menos importante, ninguém chega a lugar algum sozinho. E meu time de pilotos, o Time Niviuk Brasil, esteve comigo em cada detalhe e estratégia desde o começo. Principalmente o meu grande irmão alado Rafael Barros, que me acompanha há muitos anos nessa luta constante pela evolução no esporte.
Lúcio: Primeiramente à família, com certeza. Ainda, preciso agradecer a apoiadores, como a Prefeitura de Sapiranga, pois oportunizaram aprendizados incríveis como voar provas do Britânico e do Espanhol, além do próprio Brasileiro. Também, agradecer ao projeto Pro Esporte e à Família Geisse. E aos pilotos que são referências, né? Como o sempre parceiro Flávio Pinheiro e o amigo de longa data Luciano Horn.
Isabela: Eu devo essa conquista a inúmeras pessoas que eu não conseguiria citar aqui, mas quem eu não poderia deixar de mencionar é o meu pai, Werneck, também piloto e meu instrutor. Foi ele quem me ensinou quase tudo que eu sei no voo e desde os meus primeiros voos dizia que um dia eu seria Campeã Brasileira. Devo também a minha mãe pelo grande incentivo e por ficar cuidando das coisas do meu trabalho enquanto eu estava em viagem. Por fim, devo muito aos meus patrocinadores Cloud Street, Prefeitura de Saquarema e Safo Rio que fizeram tudo isso se tornar possível.
Érico: Esse ano treinei e me dediquei muito para melhorar minha performance no esporte. Participei de 1 Mundial na França, 2 etapas e 1 super final de PWC no México, além de fazer parte de todos os eventos possíveis no Brasil. Tudo isso para me afinar tecnicamente para a disputa do título.
A primeira etapa do Brasileiro teve dias difíceis, com condições muito fracas e lotéricas, tirando muitos bons pilotos da disputa. Consegui, no último dia, fazer uma ótima prova e ir para a segunda etapa na quarta posição, com bons descartes para fazer. Já em Araxá, com ótimas condições de voo, pude voar melhor e trabalhar o que treinei durante todo o ano. Consegui boas provas e pontuações, para escalar o ranking e depois me manter na posição.
Lúcio: O maior desafio é o nível do Campeonato, superar os outros pilotos. A categoria está evoluindo muito e os competidores vêm se preparando cada vez mais, além de cada vez mais focados em vencer. Também tem a questão do treinamento, que é muito exigente em termos de tempo, disciplina, esforço físico e preparação mental.
Isabela: Meus maiores desafios foram enfrentar a mim mesma nos dias ruins, colocar a cabeça no lugar quando os resultados não eram satisfatórios e entender que tudo é um processo para atingir o resultado.
Érico: Pessoalmente, achei boas todas as escolhas das provas. Nem sempre o a natureza coopera, mas dentro do possível foram boas provas. Nada é 100% perfeito, mas tem muita gente envolvida para tentar fazer o esporte cada vez melhor no país. Creio que precisamos de mais pessoas, clubes e federações com vontade de fazer o esporte crescer aqui. O Brasil é grande e com muito potencial para ser explorado ainda nesse esporte.
Lúcio: Não tem o que falar da organização, que é sempre excelente. Para mim estão todos de parabéns, especialmente os envolvidos nas comissões de provas e os juízes gerais. As provas de Valadares foram muito bem planejadas e Araxá da mesma forma, apesar da rampa um pouco mais técnica.
Isabela: Considero a organização e as provas do Brasileiro excelentes. Mesmo em dias que pareciam ruins, as provas foram muito bem formuladas, sendo possível testar todos os pilotos em condições adversas.
Érico: Esse troféu já está na prateleira e agora já é "passado". Vamos às próximas missões, temos PWCs pela frente e mais treino, para quem sabe participar do próximo mundial no Brasil. Continuo focado com minha missão com meu time em buscar o resultado para cada um deles. Quero também conseguir passar todos os conhecimentos adquiridos até aqui para mais pilotos brasileiros, que buscam melhorar sua performance, mas com segurança. Infelizmente, as informações do "front de batalha" ainda são difíceis de chegar aos iniciantes. E tenho esse projeto de ajudar a evoluir o nível técnico dos competidores locais.
Lúcio: Ainda tenho algumas competições até o fim do ano, como etapas do Gaúcho e Sul-Brasileiro. Não dá pra parar. Ano que vem pretendo mudar de categoria e voar na Open no estadual e no nacional. Estou ainda mais animado para voar na principal por ter conquistado o quinto lugar na Pro voando com uma vela D em 2023, um fato, creio eu, inédito na história do Brasileiro.
Isabela: É claro que a gente acaba ficando com gostinho de quero mais e já pensando nas próximas conquistas, mas acredito que até o final do ano ficarei mais focada em questões profissionais para que no início de 2024 eu consiga retomar com mais foco nas competições.
Pro
1 - Erico Oliveira, 7.099 pontos
2 - Martinho Ribeiro Morais, 7.021
3 - Luciano Horn, 6.944
4 - Lucas Adriano Ribas, 6.758
5 - Lúcio Dal Pozzo, 6.613
Aspirante
1 - Lúcio Dal Pozzo, 6.613
2 - Tulio Subira, 6.522
3 - Arthur Rodella, 6.310
4 - Nilson Batisti, 5.741
5 - Alberto Kawakami, 5.579
Woman
1 - Isabela Sales, 5.283
2 - Elisa Eisenlohr, 4.254
3 - Marcella Uchoa, 3.108
4 - Priscila Maldonado, 2.450
5 - Daianny Mores, 1.845
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