Gabriel Jansen no X-Alps: Superação, Treinamento Intenso e o Orgulho de Voar pelo Brasil!
Entrevistamos o Gabriel sobre sua preparação para o X-Alps
Veja as expectativas de atletas que representarão o Brasil na França, em maio e junho
Faltam pouco mais de cem dias para iniciar o Campeonato Mundial de Parapente 2021 e nós conversamos com atletas que compõem a Seleção Brasileira para saber como estão suas expectativas para o evento. As provas reúnem os melhores pilotos do planeta de 23 de maio a 5 de junho na região de Chamousset, na França.
Em 2019, Seleção Brasileira composta por Marcella Uchoa, Rafael Barros, Frank Brown, Rafael Saladini e o team leader Dió faturou o sétimo lugar
Estaremos representados por quatro pilotos, incluindo a categoria feminina. Como a escolha teve como critério o ranking 2019, conforme previsto em regulamento, a Seleção deve ser composta por Rafael Saladini, Rafael Barros, Gilberto Raposo e Marcella Uchoa.
Mas por que ‘deve’? Acontece que cada país tem até o dia 15 de fevereiro para inscrever seus representantes, então podem ocorrer alterações até lá. Caso haja alguma desistência ou imprevisto, o 'primeiro suplente' é o experiente Érico Oliveira, piloto há 20 anos e membro do top10 nacional desde 2012.
Outro fato que merece destaque é o apoio que o elenco recebe da CBVL. Além de todo o suporte institucional, a Confederação também oferece incentivo financeiro aos nossos atletas nos Mundiais de Asa Delta e de Parapente. Na última edição, em 2019, a CBVL incentivou as equipes de asa e parapente em R$ 75 mil, maior incentivo histórico da entidade, e nos mundiais de 2021 o valor deve atingir os R$ 80 mil.
Bora pra entrevista?
Gilberto: Esta será a minha primeira participação no Mundial e estou bastante animado. Eu também iria voar na final do PWC 2020, mas acabou não rolando por causa da pandemia.
Marcella: Voei no Mundial de 2019, na Macedônia, e a sensação foi incrível. É diferente de tudo, tanto pela importância do evento quanto por você estar ali, representando seu país, voando em equipe.
Rafael Barros: Até aqui participei apenas na Macedônia, em 2019. Voar com os melhores do mundo é uma sensação única e também uma oportunidade de evoluirmos muito. Aprendemos bastante e acabamos elevando nosso nível técnico também.
Raposo espera ser 'o azarão' do time
Gilberto: Tenho alguma experiência por lá sim. Já voei em Annency e Chamonix, que ficam perto, mas foram voos locais, com amigos, nada competitivo. Annecy, por exemplo, é uma região lindíssima para voar, além de ser um polo do voo livre, aliás, um dos maiores do mundo. As montanhas são impressionantes, ainda mais com o Montblanc ao fundo.
Marcella: Ainda não! Conheço a região, mas esta vai ser a primeira oportunidade de decolar lá.
Rafael Barros: Conheço Chamosset e, inclusive, participei de um PWC lá em 2019. É um dos lugares onde mais gostei de voar, com condições de alpes, térmicas bem fortes, turbulentas e, às vezes, com grande influência de ventos. Mandaram bem, é um lugar top para realizar o Mundial.
Marcella ficou em quarto no Mundial 2019. Agora quer o título
Gilberto: Nesta época do ano chove muito aqui em Poços de Caldas (MG), onde eu moro, o que tem atrapalhado um pouco meus treinamento. Porém, vou voar as etapas do Campeonato Mineiro para retomar o ritmo.
Marcella: Estou treinando bastante e quero seguir intensificando. Meu objetivo é competir em todos os eventos possíveis até lá.
Rafael Barros: A pandemia tem nos atrapalhado, né? Como não houve competições recentemente não consegui voar o quanto gostaria, mas a partir de fevereiro irei focar bastante nos voos. Quero estar bem preparado para garantir o melhor resultado, tanto na equipe quanto individualmente.
Tricampeão Brasileiro, Saladini vai representar o Brasil no Mundial pela terceira vez
Gilberto: Meu maior foco será desenvolver o trabalho em equipe, ajudando sempre e em tudo o que puder. Sobre a estratégia, planejo ser mais conservador nas primeiras provas e ir atacando gradativamente no decorrer do campeonato, quando for pegando mais confiança na região.
Marcella: Mais uma vez, quero ir para aprender, aproveitando que estaremos ao lado dos melhores pilotos do mundo. Claro que também vou com o sonho de conquistar o pódio no Feminino, que dá outra vez passou perto quando fiquei em quarto.
Rafael Barros: Tenho grandes expectativas por bons resultado, afinal conheço a região e tenho algumas estratégias traçadas. Espero, então, chegar ao menos entre os 15 primeiros.
Rafael Barros: temos tudo para ficar entre os cinco melhores times
Gilberto: Estou confiante de bons resultados. Nosso time vai ter o Saladini, que é o atual tricampeão Brasileiro e detém vários recordes mundiais. Acredito que ele tem chances reais de brigar pelas primeiras colocações, voando na frente e com muita regularidade. Já o Rafael Barros tem um perfil mais agressivo, que se acertar pode ir para as cabeças. E eu, no meu primeiro Mundial, sinceramente, espero ser o azarão. Desejo que o vôo em equipe nos fortaleça na competição.
Marcella: Para mim, nós temos muitas chances de conquistar bons resultados. Acredito que somos um dos melhores times do mundo.
Rafael Barros: Creio que podemos ter bons resultados, afinal estamos indo com um dos melhores pilotos do mundo, que é o Saladini, e eu tenho mais experiência, estou mais maduro. Pode não ter muita experiência em voar no exterior, mas o Gilberto é um ótimo competidor e acredito que possa surpreender. Por fim, a Marcella é uma excelente ‘pilota’ e tem grande experiência. Na minha opinião, temos tudo para ficar entre os 5 melhores do mundo.
Foto da capa: Philippe Broers