De herói do resgate à Diretor Técnico CBVL: conheça Fernando Brandalize

Há algum tempo, Zóio desempenha um trabalho crucial para a segurança em competições. Agora, também faz parte da diretoria da Confederação

07 de outubro de 2023 - Por Guilherme Augusto

Um grande evento de voo livre demanda um enorme trabalho prévio e nos bastidores, que nem sempre é conhecido de todos os pilotos ou ganha espaço na mídia. Mas, ainda assim, é crucial para a segurança e viabilidade da competição.

Entre os muitos nomes que se dedicam ao esporte está o de Fernando Brandalize. Conhecido por seu empenho no Campeonato Brasileiro de Parapente, ‘Zóio’ agora também irá contribuir para o desenvolvimento do voo junto à diretoria da CBVL, na função de Diretor Técnico de Competições de Parapente. Saiba quem é, o que já fez e o que planeja o catarinense.

Dedicação integral ao voo livre

Zóio é natural de Jaraguá do Sul, um dos mais tradicionais sítios de voo de Santa Catarina, e voa desde os 17 anos. Aos 33, dedica-se em tempo integral ao esporte, trabalhando como guia para grupos de pilotos e prestando assistência a competidores de alto nível, entre outras atividades. Podemos dizer que, oficialmente, é um ‘profissional paragliding support’.

‘O cara’ dos pousos e resgate

Há algum tempo ele assumiu uma importante missão no Brasileiro de Parapente: ser o  responsável pelo mapeamento de pousos e pelos resgates. Ele já atuava na área em provas locais, mas ganhou relevância nacional após indicações de Dioclécio Rosendo, o Dió.

Assim, faz um levantamento prévio de todos os dados dos goals e checa as rotas, antecipando possíveis problemas logísticos ou até de prova.

“O que eu faço é, por terra, checar todos os trajetos por onde as provas podem passar. Identifico os waypoints e vou indo, obedecendo a critérios num sistema que eu mesmo montei. Parece simples, mas é trabalhoso.

É preciso mapear e verificar todos os possíveis pousos, vendo se estão ok quanto a espaço, vegetação, fios, autorizações, distâncias e acesso. Além disso, verifico todos os possíveis caminhos que serão feitos pelas equipes de resgate, atento a condição das estradas, pontes, obstáculos, estradas. É preciso ter certeza sobre a possibilidade de receber veículos pesados ou de emergência, além de saber onde há sinal para comunicação.”

E quando o evento começa?

Após rotas, acessos, goals e solo mapeados, o evento começa. A partir daí a rotina muda e Zóio passa a liderar a equipe de resgates e contribuir com a comissão organizadora nas provas

“Coordeno todos os veículos de transporte, resgate e suporte, com horários, rotas, instruções logísticas, briefings. Já na rampa, faço parte do briefing de segurança e acompanho a prova. Depois, fico no rádio falando com todos os pilotos e articulando os resgates. À noite, vou para o QG ajudar o apurador e organização com demais tarefas. É trabalho das 06h às 23h, todos os dias”.

Acelerando o esporte

Quem voa sabe a importância do resgate ser atento, rápido e efeito. Especialmente num campeonato. Ainda mais numa roubada. E aí surge um feedback curioso dos pilotos para Zóio: segundo alguns, esse trabalho incentiva a competitividade no esporte.

“Os pilotos se sentem mais seguros quando eu estou ali, porque sabem que vou me comunicar, que vou organizar o resgate, que vou tirá-los do lugar que for preciso e em segurança. Por isso, alguns dizem que se sentem à vontade para arriscar mais, ser mais arrojados nas provas, ter menos medo de errar, afinal sabem que alguém vai estar para lá para dar suporte se for preciso. Isso acaba elevando o nível da competição”.

Objetivos enquanto Diretor Técnico

Fernando irá substituir Rafael Barros, a quem expressamos nossa profunda gratidão pelo empenho, diplomacia e resultados conquistados enquanto agente do esporte e das competições na função. E está animado.

“Fiquei muito feliz. Vi nesse convite a oportunidade de me dedicar de mais uma forma ao esporte, para vê-lo crescer. Para mim, o Brasil é o paraíso do voo livre e tem um potencial enorme a ser desenvolvido. Me sinto grato por ser mais um dos muitos que estão ajudando a esporte.

Inclusive, já estamos nor organizando. Nosso objetivo é ir altém do Brasileiro, porque os pilotos do país estão muito além dos 125 que competem no CBP. Vamos nos dedicar a novos eventos, à Copa Sport, pouso e precisão, ao hike and fly, à homologação de recordes, a melhorias no sistema de competições da CBVL. Também queremos abraçar os estaduais, regionais e clubes. Queremos ir para a base, que tem que ser sólida para trazer melhorias que serão vistas até no topo”.

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