Conquista sem precedentes: voo livre é incentivado pelo Ministério do Meio Ambiente

Prática do nosso esporte em parques nacionais é instruída pelo ICMBio

16 de junho de 2021 - Por Guilherme Augusto

Nesta semana, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) emitiu uma Instrução Normativa. Através dela, reconhece o trabalho da CBVL enquanto entidade filiada à Federação Aeronáutica Internacional (FAI) e incentiva a prática do voo livre em unidades de conservação federais.

A ação fomenta tanto eventos esportivos como recreativos, fortalecendo o esporte. Além disso, potencializa o turismo com serviços como cursos de instrução, locação de equipamentos e acompanhamento, e aproxima a comunidade do voo de experiências com a natureza preservada.

Em pleno Parque Nacional da Tijuca, a Rampa da Pedra Bonita (Rio de Janeiro) está situada numa Unidade de Conservação 

Dois anos de caminhada

O diálogo entre CBVL e ICMBio iniciou em 2019, por intermédio de Fernando Mendes, técnico da entidade que foi apresentado pelo também piloto André Fleury. Iniciava um projeto de normatização das atividades de voo livre em áreas de preservação.

A iniciativa seguiu tomando forma nos meses seguintes e culminou na elaboração de uma conferência entre técnicos do Instituto e Confederação. O encontro aconteceu em novembro de 2020 e originou uma minuta. Agora, a Instrução Normativa conclui este ciclo de trabalho.

Com a palavra, o presidente da CBVL, Alberto Petry:

“Esta importante normatização é resultado do trabalho institucional da CBVL pela valorização da estrutura confederativa do voo livre brasileiro, através do reconhecimento da capacidade de nossas entidades em promover, organizar e qualificar o esporte e seus atletas, especialmente nas questões de segurança. Desta maneira, nossa gestão segue mostrando compromisso e resultado com avanços na regulamentação do voo livre no Brasil. Aproveito para parabenizar todos envolvidos!”.

Mais espaço para o voo livre

Além de balizar a gestão de áreas de preservação geridas pelo ICMBio, autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, o documento servirá como norteador aos inúmeros parques de voo livre espalhados pelo Brasil situados em propriedades públicas e que carecem de normatização.

Dentro do Instituto, o trabalho foi capitaneado pela Divisão de Ordenamento e Autorização para Visitação - DOVIS, que tem como competência normatizar e ordenar as atividades que ocorrem nas Unidades de Conservação federais. Com a palavra, a analista ambiental e chefe do grupo, Cláudia Sacramento:

“Com isso, abrimos o leque para outras UC com potencial para a prática da atividade. Esperamos que em pouco tempo os pilotos tenham mais opções de locais para praticar. Uma coisa que talvez mude também, é que agora, vocês (da CBVL) poderão ser acionados para apoiar a implementação da atividade. Analisar o melhor lugar, com as melhores condições!”

Assim, um dos objetivos da Norma é levar mais pilotos para dentro das Unidades de Conservação - e de forma consciente da importância de preservação destas áreas. “Teremos um público de visitantes mais assíduos e comprometidos com a conservação do meio ambiente. Quanto mais visitantes nas Unidades, melhor!”.

ICMBio protege 2,5 milhões de km²

A área protegida pelo ICMBio no Brasil tem proporções gigantescas. Ao todo, são 334 Unidades de Conservação. Assim, as ações do Instituto se estendem pelos 6 biomas do país, todas as regiões do território nacional e, ainda, por mais de 92 milhões de hectares de área marinha.

Para ter uma dimensão do trabalho, são mais de 787 mil quilômetros quadrados de área protegida no continente. Isto equivale aos territórios dos estados de Minas Gerais e do Paraná somados - e ainda sobram alguns milhares de quilômetros.

Veja a Norma Regulamentar aqui.

Foto em destaque: Alipio Loyola

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