Gabriel Jansen no X-Alps: Superação, Treinamento Intenso e o Orgulho de Voar pelo Brasil!
Entrevistamos o Gabriel sobre sua preparação para o X-Alps
Referência internacional no esporte, Brasil brigou pelo título e obteve mais um resultado histórico
Mais uma vez, o Brasil concluiu um Mundial de Asa Delta como referência internacional na modalidade. Embalado pelo segundo lugar obtido em 2019, a Seleção Brasileira faturou um inédito bronze na 23ª edição do evento, realizado em agosto, na Macedônia do Norte. Ainda, celebramos o terceiro lugar na disputa individual com o experiente Álvaro Sandoli, o Nenê Rotor.
As decolagens rolaram de 6 a 19 de agosto, partindo de Krushevo. Um dos mais tradicionais sítios de voo do leste europeu, a rampa frequentemente é palco de grandes eventos (como o Mundial de Parapente 2019) e famosa pela sua ótima condição de voo, bem como pela abundância e segurança de pousos.
A condição climática assustou, com mau tempo nos dias que antecederam o evento. Porém, depois proporcionou 9 provas válidas, todas com alta (e proposital) dificuldade técnica, com direito a longas pernas de contravento logo antes do goal. Algumas task ultrapassaram os 120 km, inclusive.
Mais de 130 atletas, de 25 países, enriqueceram a disputa. Novamente, o favoritismo recaiu sobre a Itália, atual hexacampeã por equipes e campeã por pilotos. Aliás, o país vinha de seis títulos consecutivos por Nações.
Já a Seleção Brasileira esteve composta por David Brito Filho, Alvaro Sandoli (Nenê Rotor), Glauco Pinto, Konrad Heilmann, Guilherme Sandoli, Rogério Gimenes e Thaíse Galvan, sendo que os quatro primeiros fizeram parte do time vice-campeão em 2019. O team leader foi, novamente, Fabiano Nahoum.
Assim, o time verde e amarelo contou com o entrosamento para buscar os italianos, mirando na liderança. Logo nos primeiros dias, obtivemos grandes resultados e ficamos a menos de 80 pontos dos favoritos. Então era preciso decidir: defender o segundo lugar ou arriscar pelo título.
A equipe preferiu acelerar. Assim, montou uma estratégia agressiva no meio do campeonato, especialmente no quinto dia. Infelizmente, a condição climática acabaria favorecendo outras seleções (que largaram no primeiro start) e naquele dia, assim como no seguinte, apenas um atleta brasileiro (Nenê Rotor) chegou ao goal.
Desta forma, o Brasil sofreu um breve golpe, tanto na pontuação quanto no clima em relação ao evento. Com a Itália abrindo margem na liderança, o desafio agora era manter o segundo lugar.
A partir daí a equipe seguiu com uma estratégia mais conservadora, mas enfrentou outros desafios - como a lesão que tirou Rogerinho das provas finais. Assim, foi ultrapassada pela Grã-Bretanha, que fez uma participação ascendente no campeonato, já no último dia da maratona.
“O resultado fala por si. O terceiro lugar foi excelente, mas estávamos mesmo tentando o primeiro e fomos muito bem nos primeiros dias. Tivemos alguns problemas técnicos, como no uso do rádio, que acabaram atrapalhando um pouco. Além disso, era preciso escolher uma estratégia e optamos por ser agressivos, o que naturalmente traria um risco.”
Guilherme Sandoli: “É literalmente realizar um sonho, algo com muita expectativa. A região é incrível, com as montanhas formando uma espécie de ferradura e um amplo vale para pousos no meio. As provas foram desafiadoras e fizemos uma incrível corrida pelo título e primeiras posições. Foram mais de 900 km voados, além de 50h de voo. Uma experiência excepcional e que vou levar para toda minha vida.”
Rogério Gimenes: “Voar no meio de mais de 100 asas é fantástico, uma experiência única. A equipe estava muito unida e conseguimos manter o pensamento coletivo até o fim, além de contar com a ótima liderança do Fabiano e do Nenê. Estou muito feliz pela conquista da medalha de terceiro lugar. Agora é batalhar para estar no Mundial de novo em 2025”.