É Tri! O Brasil faturou seu terceiro título por Nações no Campeonato Panamericano de Parapente 2022. A quinta edição da competição FAI cat1 rolou em Governador Valadares na última semana, de 9 a 16 de abril.

O país foi representado por Rafael Saladini, Rafael Barros, Marcella Uchoa, Caio Buzzarello, Erico Oliveira e Gilmar Couto. Ao final de 6 provas válidas, somamos 11.706 pontos. O segundo lugar ficou com os Estados Unidos (11.520) e o terceiro com a Argentina (11.390).

Além da conquista por Nações, tivemos grandes resultados individuais. Destaque à categoria Open, onde conquistamos mais um título com Saladini. De quebra, dominamos as 4 primeiras posições e colocamos 7 nomes no top10. Já na Feminino, tivemos Marcella Uchoa em P2 e Isabela Sales em P4.

Resultados - Panamericano
➤ Open
1 - Rafael Saladini
2 - Rafael Barros
3 - Alexandre Germani
4 - Sérgio Sampaio
5 - Nicholas Greece
6 - Lucas Ribas
7 - Caio Buzzarello
8 - Gilberto Raposo
8 - Juan Reinoso
10 - Galen Kirkpatrick

➤ Feminino
1 - Galen Kirkpatrick
2 - Marcella Uchoa
3 - Violeta Jimenez
4 - Isabela Sales
5 - Joanna Di Grigoli
6 - Alexia Fischer
7 - Elisa Eisenlohr
8 - Raquel Venceslau
9 - Shauin Kao
10 - Maria Mejia

➤ Nações
1 - Brasil
2 - Estados Unidos
3 - Argentina
4 - Equador
5 - Venezuela

Força dos talentos individuais

Para o team leader Washington Perucchi, o resultado mostra o talento dos atletas brasileiros. “O Brasil cresceu muito, basta ver o salto que nosso campeonato nacional vem tendo em qualidade técnica. Acredito que nossa seleção era imbatível, especialmente por estar voando em casa, por isso o mérito é todo deles”.

Atento a todas as movimentações do esporte, Perucchi também fez suas ressalvas. “Ah, eu sinto falta do público na rampa. É algo que engrandece o esporte, ainda mais num lugar como GV, onde o Pico da Ibituruna é um patrimônio e orgulho da cidade. Espero ver a galera de volta em breve, enquanto isso podemos acompanhar as transmissões ao vivo, que também estão evoluindo rapidamente”.

Bônus - entrevista com Rafa Saladini

Com o troféu do bicampeonato em casa, Saladini repetiu sua conquista de 2020, faturou o título na Open e é um dos pilotos com mais motivos para comemorar. Então se liga nas palavras do campeão.

Rafa, conta pra gente: qual a sensação de vencer o Pan pela segunda vez?
É muito gratificante e eu vejo como uma oportunidade. Quase não consegui ir por causa de uma gripe muito forte que peguei nas semanas anteriores, então fiquei muito feliz em competir e conseguir voar em alto nível.

Qual foi a receita pra vitória?
Sabe, tenho tentado fortalecer muito a minha mente. Acredito que não adianta ser tecnicamente incrível e não ter uma cabeça boa, então eu trabalho muito isso, o psicológico, medito, e também cuidei do físico, claro. E jogava xadrez antes das provas, talvez isso também tenha ajudado.

E aí, como foi voar em GV?
Foi bom, boa condição, 6 provas válidas… mas eu ainda prefiro BG (Baixo Guandu, onde conquistou o título no Pan de 2020). Lá tem um clima mais híbrido, variado, com serras, pedras e condições diferentes. É mais divertido.

Como avalia o desempenho da Seleção Brasileira?
Foi bom, conquistamos o título, mas ainda precisamos amadurecer muito como time. Na prática, mais do que uma seleção eram pilotos individuais somando pontos juntos, então o resultado foi uma consequência do mérito individual de cada nome.

E agora, qual a próxima missão? E o penta no Brasileiro, vem?
O Penta eu não sei, fui mal na primeira etapa, estava meio irresponsável. Acho que agora vou focar no exterior, porque tudo o que eu merecia ganhar aqui já obtive. Então estou muito animado para ir ao Texas com o Donizete Lemos. Queremos fazer voos de 600 km e quebrar o recorde. É isso que eu realmente gosto, voar distância.

Para fechar, um agradecimento?
Com certeza! Especialmente ao pessoal que torceu de casa, recebi muitas mensagens, vi as movimentações nas redes sociais. Tenho estado meio off-line, até em função das provas, mas fico imensamente agradecido com o carinho de todos, é algo espontâneo, muito legal.